A Rede Voa, concessionária responsável pela gestão do Aeroporto Estadual Frank Miloye Milenkovich, de Marília, comunicou nesta quarta-feira (28) que não será possível realizar a reforma e ampliação do local, como estava previsto. O motivo, segundo a empresa, seria o tombamento do espaço destinado
ao Aeroclube de Marília. De acordo com a concessionária, o recente tombamento — aprovado pela Câmara e sancionado pelo Executivo local, com publicação em Diário Oficial — foi realizado à revelia, sem nenhuma consulta sobre o tema. A medida, segundo a empresa, teria resultado na a impossibilidade de início das obras e, consequentemente, na paralisação de todo o projeto de expansão do terminal de passageiros do aeroporto de Marília, uma vez que impede qualquer alteração arquitetônica na área. “O início das obras está condicionado à resolução deste decreto municipal que definiu o tombamento da área do Aeroclube e impede qualquer tipo de intervenção e melhoria no terminal de passageiros do Aeroporto de Marília, pois acarreta desequilíbrio financeiro à concessão junto ao Governo do Estado de São Paulo”, afirma o CEO da Rede Voa, Marcel Moure.” A empresa diz ainda que adotará as medidas judiciais cabíveis, com o objetivo de obter a revogação da lei municipal. O tombamento é um instrumento usado para proteger bens culturais, como prédios, paisagens ou tradições, que tenham valor histórico, artístico ou social. Ele garante que estes bens sejam preservados e evita que sejam destruídos ou modificados. AEROCLUBE CONTESTA VERSÃO: O diretor do Aeroclube de Marília, Jolando Gatto, contestou as alegações da Rede Voa e disse que a instituição está sendo usada como bode expiatório para justificar a não execução das obras. “Estão querendo jogar a opinião pública contra o Aeroclube. O tombamento abrange exclusivamente a área do Aeroclube de Marília, que corresponde a apenas três mil metros quadrados — ou 0,5% dos 551 mil metros quadrados do aeroporto. É uma parcela mínima”, afirma Gatto. Ele também destacou que o contrato de concessão obriga a Rede Voa a realizar ampliações, conforme as fases previstas, e que a estrutura atual do terminal é da década de 1950. Gatto indica ainda uma área em que pode ser construído o terminal, inclusive com espaço para um pátio de aeronaves, que é hoje um dos maiores problemas do Aeroporto de Marília. Segundo ele, existe um projeto, feito em meados do ano 2000, que previa a utilização deste espaço. “Existe um local enorme e mais adequado para fazer o terminal e também o pátio para as aeronaves. Eles querem locar aquele espaço e, por isso, não pensam em utilizá-lo para o que realmente é necessário. O Aeroporto de Marília precisa de um terminal maior, um estacionamento e um pátio para manobra de aeronaves, mas não querem fazer o que é preciso”, finaliza Gatto.