Um adolescente de 15 anos foi agredido por dois colegas dentro de sala de aula, na escola estadual Professora Amelia Lopes Anders, no bairro Santa Antonieta (zona norte). O caso aconteceu na manhã de segunda-feira (2) e gerou uma denúncia da família à polícia, além de manifestação pública de revolta e pedido de providências junto à Secretaria de Estado da Educação. A mãe da vítima, que cursa o 1º ano do Ensino Médio, procurou a Polícia Civil e tenta lidar com o abalo emocional do filho. Tudo começou, segundo ela, quando outro aluno começou a jogar objetos em seu filho. Pensando se tratar de brincadeira, ele teria revidado. Mas, em seguida, o menor acusado se levantou, foi até a carteira do adolescente e iniciou uma briga, com socos e o golpe conhecido como “mataleão”. Durante a imobilização, outro estudante teria se aproveitado da situação para também desferir socos e chutes na vítima. Segundo a denúncia, um professor tentou intervir, mas também teria sido atingido por alguns golpes. A mãe conta que foi chamada à escola e ficou surpreendida ao assistir os vídeos gravados pelos estudantes. “Achei que era só uma discussão. A hora que eu vi as imagens, me senti impotente.
Nunca bati no meu filho, e ver ele sendo agredido daquele jeito, por dois colegas, dentro da sala de aula… Foi uma das piores sensações da minha vida”, desabafou. O jovem ferido foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona norte, onde recebeu atendimento médico. Exames de corpo de delito foram solicitados. A mãe reclama que, mesmo após assistir aos vídeos das agressões, a escola não acionou a polícia. “A diretora me disse que a PM ia demorar três horas, que era melhor eu registrar o boletim online. Mas quando tentei, não consegui. Tive que ir pessoalmente à delegacia. É um descaso”, completou. A instituição, segundo a mulher, aplicou três dias de suspensão para um dos agressores e um dia para a própria vítima. “Na segunda-feira (9), eles vão voltar todos para a sala de aula. E o pior: meu filho foi ameaçado. Disseram que ele vai ser “pego” de novo com mais meninos. Como eu deixo meu filho ir para escola desse jeito?”, questiona. A família avalia a transferência de escola, mas enfrenta dificuldades por conta do calendário letivo. Na polícia, o caso foi registrado como lesão corporal (ato infracional).
A polícia aguarda apresentação dos vídeos e laudos para prosseguir com a investigação. A reportagem do Marília Notícia entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação, via assessoria de imprensa. Em nota, órgão informou que, “assim que tomou conhecimento do ocorrido, a gestão da unidade e o agente de organização escolar (AOE) apartaram a briga e tomaram as providências cabíveis, incluindo a convocação dos responsáveis e o registro do caso no aplicativo do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP) para acompanhamento”. Ambos os estudantes ficarão três dias realizando atividades remotas pelo Centro de Mídias de São Paulo (CMSP). “A unidade reforçará as ações de mediação para uma cultura de paz entre os estudantes e a equipe escolar. Um profissional do programa Psicólogos nas Escolas está à disposição dos alunos”. Por fim, a Diretoria de Ensino de Marília informou repudiar qualquer forma de violência ou agressão, dentro ou fora do ambiente escolar. “A direção da escola está à disposição da comunidade para mais esclarecimentos”.